Valpaços celebrou a castanha e a riqueza dos produtos da terra
Perto de uma centena de expositores participam na 27ª edição da Feira da Castanha Judia, que decorreu até domingo na vila de Carrazedo de Montenegro, no concelho de Valpaços.
A quebra de produção não afastou
visitantes da Feira da Castanha Judia. A 27º edição deste certame voltou a
acolher centenas de visitantes que durante três dias rumaram a Carrazedo de
Montenegro, território com a maior mancha de castanha judia da Europa.
A vila de Carrazedo de
Montenegro, no concelho de Valpaços, voltou a celebrar o produto estrela do
concelho, com grande peso na economia de Valpaços. De 08 a 10 de novembro, a
considerada capital da castanha judia recebeu a XXVII Feira da Castanha, um evento
que permite a muitos produtores divulgar esta variedade de castanha e escoar os
produtos locais.
Num ano que a quebra de produção
ronda os 60%, os produtores não se cansaram de mostrar o ouro das Terras de
Montenegro. “Como produtores deste fruto temos esta responsabilidade de
estar presentes e divulgar o que produzimos durante o ano inteiro. É uma
cultura que nos últimos anos tem-nos dado alguns problemas, mas, no entanto,
produzimos as melhores castanhas do mundo e isso obriga-nos a ter esta coragem
de continuar”, disse Lino Sampaio, produtor de castanha há vários anos.
Também Hélder Morais faz esta
feira há vários anos e destaca as diferentes variedades deste fruto que são
produzidas no concelho. “Existe a longal e a judia. A judia tem mais brilho,
um calibre melhor e é mais doce. A longal não tem tanto brilho, mas é melhor
para assar”, apontou.
No Pavilhão da Rota da Castanha
marcaram presença 92 expositores, dos quais quase duas centenas de castanha. “Estas
gentes vivem praticamente da castanha é a sua fonte de rendimento e esta quebra
de produção vem comprometer financeiramente as famílias. Já são três anos
consecutivos. Tivemos o problema da vespa das galhas do castanheiro, que
reduziu bastante a produção, depois a podridão da castanha e este ano, apareceu
a tempestade Kirk”, destacou o Presidente da Câmara Municipal de Valpaços,
António Medeiros.
Também António Costa, Presidente
da Junta de Freguesia de Carrazedo de Montenegro e Curros, relembrou o impacto
que esta quebra poderá ter nas famílias que dependem desta cultura.
“São muitos os produtores que
sobrevivem da castanha e vão investido durante o ano. A redução da produção
reflete-se no setor primário porque depois, as pessoas não investem e não
compram máquinas e fazem obras”, revelou
Além da castanha de Carrazedo de
Denominação de Origem Protegida, DOP, proveniente da Serra da Padrela, na feira
marcaram presença outros produtos tradicionais do concelho, como o vinho, o
azeite, os frutos secos, o fumeiro, o Folar de Valpaços IGP, as compotas e o
mel. O artesanato, a animação musical, as atividades culturais e o desporto
também fizeram parte deste certame que reservou espaço para alguns magustos
tradicionais. Um dos pontos mais altos do evento prendeu-se com a realização do
Concurso da Castanha de Denominação de Origem Protegida e a abertura do Bolo de
Castanha de 600 Kg, que foi partilhado com o público no último dia do certame.
Apesar da quebra de produção
foram muitos os visitantes que durante três dias visitaram o concelho.
O evento atrai todos os anos milhares de visitantes à região, que se dedica a este fruto considerado a rainha da economia de Valpaços. A Feira da Castanha Judia de Carrazedo de Montenegro foi organizada pelo Município de Valpaços, a Junta de Freguesia de Carrazedo de Montenegro e Empreendimentos Hidroelétricos do Alto Tâmega e Barroso (EHTB) e foi coroada com sucesso revelou a autarquia valpacense.
Sara Esteves
Fotos: Carlos Daniel Morais
11/11/2024
Sociedade