Xavier Barreto acusa adversários políticos de “clima de obstáculo e boicote”, após candidatura à Câmara e Assembleia de Boticas ter sido rejeitada pelo Tribunal

Política
As candidaturas do movimento
independente, liderado por Xavier Barreto, à Câmara Municipal e à Assembleia
Municipal de Boticas, foram rejeitadas esta quarta-feira, dia 24 de setembro, pelo
Tribunal Constitucional (TC), após a existência de irregularidades nas listas. O
movimento independente considera que a inviabilização da candidatura se
deve a “um clima de obstáculo e boicote
criado pelos adversários políticos”, lê-se num comunicado enviado pelo
Movimento.
Considera este movimento independente,
apoiado pelo Partido Socialista (PS), que o processo “ultrapassou os
limites da sã convivência democrática” e que “(…) não foi a vontade popular que falhou, mas sim o respeito pelos
princípios democráticos das forças políticas intervenientes”.
Segundo o acórdão do TC, as candidaturas
à Câmara e à Assembleia Municipal não foram admitidas devido a uma
insuficiência de assinaturas, sendo contabilizadas 240 quando o número mínimo
legalmente exigido é 250, num concelho com 7.422 eleitores recenseados.
O tribunal decidiu excluir da lista os
nomes repetidos, os que não possuíam qualquer assinatura ou estavam cortados e
ainda da lista de 262 proponentes rejeitar 18 proponentes cujas declarações de
não assinatura foram juntas aos autos e também quatro proponentes recenseados
noutros concelhos, totalizando 240 assinaturas, ou seja, menos 10 do que o número
de proponentes mínimo exigido (250).
O movimento liderado por Xavier
Barreto, engenheiro florestal e vereador na oposição, refere em comunicado que “desde o início, a recolha de assinaturas de proponentes foi marcada por
uma verdadeira disputa desigual: enquanto nos dedicávamos a recolher o apoio
genuíno dos cidadãos, a restante oposição empenhou-se em pressionar e
desencorajar os mesmos cidadãos, tentando fazê-los desistir da sua livre
vontade de apoiar a nossa candidatura”, refere o movimento, acusando a
oposição de “ter conseguido fazer
desistir cerca de 70 proponentes”.
No mesmo documento, o movimento independente
refere que este tipo de atuação “não é
apenas um ataque pessoal. É, sobretudo, um ataque aos valores democráticos que
deveriam nortear qualquer processo eleitoral: a liberdade de expressão, a livre
escolha e a igualdade de participação. Quando se tenta condicionar os proponentes
através de pressões, o que está em causa não é apenas uma candidatura, mas sim
a própria credibilidade da democracia local”.
Xavier Barreto assegura que
continuará a “defender os valores da
liberdade, da justiça e da participação de todos, porque acredito que a
democracia não se esgota em jogos de bastidores nem em manobras de pressão. A
democracia só se fortalece quando todos poderem participar livremente, sem
intimidações nem constrangimentos”, lê-se ainda no comunicado.
O vereador na oposição fala ainda de
uma “aliança” entre o PCP e o PSD
para “eliminar uma candidatura
independente”.
“Nunca me passou pela cabeça que elementos do PCP e do PSD pudessem
trabalhar em conjunto com o mesmo objetivo: eliminar uma candidatura
INDEPENDENTE que apenas pretendia dar voz aos cidadãos e renovar a política
local. Essa aliança, muito improvável, demonstra até que ponto estão dispostos
a ir para impedir que a democracia funcione em toda a sua plenitude”, termina
por dizer.
Xavier Barreto valoriza ainda o
comportamento dos elementos do Chega e congratula o Partido Socialista, “pelo facto de ter desistido da sua
candidatura para ajudar a nossa, facto que, terei futuramente em consideração”.
Com a exclusão da candidatura liderada
por Xavier Barreto, há três listas concorrentes à Câmara Municipal de Boticas.
Guilherme Pires, atual presidente da autarquia lidera a candidatura pelo PSD,
José Miguel Fernandes é o cabeça de lista da CDU e Isabel da Veiga Cabral é
candidata pelo Chega.
Em 2021, o PSD venceu as eleições à
Câmara de Boticas, com 2.958 votos (73,55%) e elegeu quatro mandatos, enquanto
a lista independente conseguiu 643 votos (15,99%) e um mandato.
As eleições autárquicas realizam-se a
12 de outubro.
Sara Esteves
Foto: DR
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