Autarca de Boticas suspende mandato e será substituído pelo Vice-presidente

Política
O presidente da Câmara de
Boticas, Fernando Queiroga, terceiro na lista de candidatos do PSD à Assembleia
da República pelo distrito de Vila Real, suspende funções no dia 07 de abril e
será substituído pelo vice-presidente, Guilherme Pires.
O social-democrata cumpre o
terceiro e último mandato à frente do município de Boticas e aceitou ocupar o
terceiro lugar na lista do PSD, que é encabeçada pela atual ministra da Saúde,
Ana Paula Martins, e que tem em segundo lugar o deputado e ex-presidente da
Câmara de Valpaços, Amílcar Almeida.
O autarca de Boticas afirmou à
agência Lusa que vai suspender o seu mandato no dia 07 de abril, dia em que
termina o prazo para entrega das listas no tribunal, regressando depois à Câmara
Municipal no dia a seguir às eleições antecipadas, marcadas para 18 de maio.
Fernando Queiroga explica que a
escolha da Comissão Nacional de uma ministra para cabeça de lista “vai
comprometer ainda mais a ministra da Saúde com o território”, disse em
declarações à Lusa.
Depois da confirmação do nome do
autarca na lista do PSD, surgiram publicações nas redes sociais, nomeadamente
por parte do partido Chega a lembrar a sua condenação em 2018 a uma pena de
multa pelo crime de abuso de poder. O Chega relembrou os critérios do PSD para
a elaboração das listas que referem que “não poderá ser candidato a deputado
quem tenha sido condenado em primeira instância, pronunciado ou a quem tenham
sido aplicadas medidas de coação privativas da liberdade por existência de
indícios fortes da prática de crime contra o Estado, incluindo crimes contra a
realização do Estado de direito ou crimes cometidos no exercício de funções
publicas”.
O autarca do Boticas e candidato ao
parlamento afirmou à Lusa que o processo em causa, que remonta a 2009, quando
era vereador e o presidente da Câmara era Fernando Campos, “não colide”
nem “é incompatível” com a sua candidatura à Assembleia da República.
O autarca Fernando Queiroga e o
ex-autarca Fernando Campos, agora provedor da Santa Casa da Misericórdia de
Boticas, foram condenados, pelo Tribunal de Boticas, ao pagamento de multas de,
respetivamente, 2.400 e 3.360 euros, por abuso de poder. Depois de uma primeira
absolvição, o Ministério Público recorreu e o Tribunal da Relação mandou
repetir o julgamento na primeira instância. O caso esteve relacionado com uma
obra de 30 mil euros que incluiu a construção de um muro, uma rampa e arranjos
exteriores de uma loja de venda de produtos da Cooperativa Agrícola de Boticas.
À data das obras o terreno não era da Câmara, passando para a sua propriedade
posteriormente. O tribunal reconheceu que não houve qualquer benefício por
parte dos então arguidos.
Sara Esteves
Fotos: DR
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