Associação Futuro do Barroso chega ao diálogo com a Savannah Resources

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Segundo esta associação, criada
em janeiro deste ano, foram levantadas várias questões algumas relacionadas com
a quantidade de água necessária para o processamento dos minerais extraídos,
sendo que, terá sido garantido pela empresa que “não terá necessidade de ir captar
água ao rio Covas e que, a utilização e
reutilização de toda a água necessária será feita em circuito fechado, não
havendo por isso qualquer risco de poluição ambiental”, lê-se numa nota
enviada pelo Presidente da Associação Futuro do Barroso.
José Moura refere que foi ainda
abordada a “necessidade de se agilizarem todos os processos que conduzam à
aprovação urgente e, se possível em tempo útil, dos projetos e execução de
obras de grande importância, para o concelho de Boticas e para a região, no que
diz respeito às infraestruturas rodoviárias”. Em resposta a Savannah
Resources terá congratulado “com o facto da quase totalidade dos
proprietários privados estarem a ter uma atitude positiva e muito colaborativa
no sentido de permitirem o acesso, às respetivas propriedades, para pesquisas,
estudos e levantamentos”.
No final da reunião, e conforme a
Associação Futuro do Barroso foi acordado a manutenção destas reuniões
periódicas, bem como uma visita aos locais onde decorrem os trabalhos de
prospeção.
Para a Associação Futuro do
Barroso, a Savannah Resources “é já uma das maiores empresas empregadoras no
concelho de Boticas e a curto prazo, tudo o indica, será a maior”.
A Associação Futuro do Barroso diz
já ter reunido anteriormente com outras instituições locais, como a Junta de
Freguesia de Couto de Dornelas e com a Câmara Municipal de Boticas. Esta
associação diz acreditar que a exploração do lítio, “desde que bem feita,
pode ser uma grande oportunidade que o concelho de Boticas tem de se reerguer e
crescer, caso contrário vai continuar a assistir ao seu definhamento
populacional”. Como positivo aponta o crescimento “em muito pouco tempo”
“de 14 mil para menos de 5 mil habitantes”.
“A implementação deste
projeto, desde que devidamente acompanhado, vai permitir desenvolver a
economia, atrair jovens e fixar pessoas”, refere o Presidente José Moura
que exemplifica como casos de sucesso de mineração no país, o da Somincor, a
Mina da Panasqueira, no Fundão, as Minas de lítio de Neves-Corvo, no concelho
de Castro Verde e ainda, uma exploração mineira de feldspato, de pequena
dimensão no lugar de Lousas, freguesia de Dornelas, no concelho de Boticas.
Em representação dos corpos
sociais da Associação estiveram presentes na reunião José Moura, Horácio
Afonso, António Meireles, Abílio Pereira, Carla Ferreiro, Arlindo Gonçalves, Acácio Fernandes e
António Ferreira. Em representação da Savannah Resources estiveram presentes
Thomas Gaultier, Marta Ferreira e Isabel Sanches natural de Dornelas,
que a associação refere ter sido recentemente admitida nos quadros da empresa.
A mina do Barroso, cuja área de
concessão prevista é de 593 hectares, tem uma duração estimada de 17 anos, dois
para instalação, 12 para produção e três para recuperação paisagística de toda
a área.
O projeto localiza-se em área classificada como Património Agrícola Mundial. A região do Barroso, que abrange os concelhos de Boticas e Montalegre, mereceu em abril de 2018 a certificação do Sistema Agro-Silvo-Pastoril do Barroso como SIPAM, atribuída pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O projeto de exploração de lítio e outros minerais a céu aberto é contestado pela população, autarcas locais e também por associações ambientais.
Sara Esteves
Foto: DR
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