Exposição retrata os artefactos usados pela população do Barroso para combater uma doença no gado

Mostra "Ver como um lobo" baseia-se na recolha e reprodução de artefactos e traqueias de lobo secas, usadas pela população do Barroso para combater uma doença do gado conhecida como «lobagueira».

A Academia de Artes de Chaves recebe a 26 de outubro, a exposição "Ver como um lobo", sob coordenação e conceção de Bruno Caracol.

A mostra resulta de uma investigação iniciada pelo biólogo Francisco Álvares e o antropólogo Pedro Primavera nos anos 90 em torno da relação entre humanos e lobos. A exposição "Ver como um lobo" baseia-se na recolha e reprodução de artefactos e traqueias de lobo secas, usadas pela população do Barroso para combater uma doença do gado conhecida como «lobagueira», bem como na manipulação de imagens de caçadas ao lobo.

“Na instalação que apresentamos, procura-se a tensão entre a violência desta relação corpo a corpo e a da colonização por via dos projetos extrativistas que acompanham a história da região”, destaca o responsável pela conceção e coordenação da exposição.

“Este mês, regressamos à Academia de Artes de Chaves onde gravámos a peça sonora que faz parte da instalação multimédia “Ver como um lobo” com o quinteto de sopros Transmonta Brass, para mais uma apresentação do projeto”, revela ainda Bruno Caracol que estudou Artes Plásticas na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (FBAUL) e Ciências da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas FCSH-NOVA. Tem dedicado os últimos anos a trabalhar a partir de objetos ressonantes, de futuros ficcionais e da relação com o mundo não-humano.

A exposição é organizada pela efabula e financiada pela Direção Geral das Artes (DGArtes), a República Portuguesa e Câmara Municipal de Montalegre.

Fotos: DR


23/10/2024

Cultura