Savannah conclui sondagens à exploração de lítio em Boticas
Sociedade
Depois de no final da primeira
fase de prospeção, a Savannah Resources Plc ter admitido a descoberta de “amplas
zonas de mineralização de lítio de alto teor”, a empresa responsável pelo
projeto da mina do Barroso em Boticas anunciou agora ter terminado uma fase de
sondagens e que como tal vai desmobilizar as máquinas no terreno e analisar em
laboratório os dados recolhidos na área da mina do Barroso
A empresa fez esta terça-feira,
28 de maio, um ponto da situação do projeto, adiantando em comunicado que
espera “estar já em produção no final de 2026”.
“A primeira parte do projeto
chegou ao fim no mês de maio, dando cumprimento ao plano aprovado pela
Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) e seguindo o atual cronograma de
atividades, tendo esta fase de sondagens sido concluída com sucesso”,
afirma a empresa, no comunicado.
Como resultado, acrescenta, foram
obtidos uma variedade de dados que vão ser processados durante as próximas
semanas nos laboratórios de geologia, mineralogia e modelação avançada.
A Savannah explica que irá
aproveitar este período para proceder à limpeza e reabilitação das plataformas
onde tem trabalhado desde outubro.
“Tal inclui a desmobilização
da máquina que está num dos 100 terrenos já adquiridos pela empresa, mas que é
alvo de contestação por parte do grupo que se opõe ao projeto “, adianta a
empresa.
Em Covas do Barroso, durante
quase seis meses alguns populares organizaram-se em piquetes para impedir o
avanço das máquinas da empresa para terrenos baldios que dizem terem sido “usurpados”,
uma acusação contestada pela Savannah e que está em tribunal.
O projeto da mina do Barroso
obteve em maio de 2023 “luz verde” da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) mas
no início deste ano, o Ministério Público defendeu nulidade da Declaração de
Impacto Ambiental da mina do Barroso em Boticas.
O MP foi notificado a
pronunciar-se na sequência de uma ação judicial interposta pela Junta de
Freguesia de Covas do Barroso, em Boticas, para anular a Declaração de Impacte
Ambiental (DIA) da mina do Barroso, atribuída ao projeto da empresa Savannah
Resources, enviando um requerimento para o Tribunal Administrativo de Fiscal
(TAF) de Mirandela onde corre o processo.
A mina do Barroso, cuja área de
concessão prevista é de 593 hectares, tem uma duração estimada de 17 anos, dois
para instalação, 12 para produção e três para recuperação paisagística de toda
a área.
O projeto localiza-se em área
classificada como Património Agrícola Mundial. A região do Barroso, que abrange
os concelhos de Boticas e Montalegre, mereceu em abril de 2018 a certificação
do Sistema Agro-Silvo-Pastoril do Barroso como SIPAM, atribuída pela
Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO). O projeto
de exploração de lítio e outros minerais a céu aberto é contestado pela
população, autarcas locais e também por associações ambientais.
A empresa anuncia que a próxima
fase de atividades no terreno está prevista para o início do verão deste ano e
que, em paralelo, a equipa irá continuar a efetuar trabalhos de hidrogeologia e
de monitorização ambiental.
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