Distrito de Vila Real virou à Direita

AD vence no distrito de Vila Real com 39,33% dos votos e elege dois deputados. Amílcar Almeida e Alberto Machado foram eleitos pela AD, Fátima Pinto e Carlos Silva pelo PS e Manuela Tender pelo Chega.

A Aliança Democrática (PSD/CDS/PPM) foi a força política mais votada em 11 dos 14 concelhos do distrito de Vila Real nas eleições legislativas de domingo, 10 de março, enquanto o PS ganhou apenas em três concelhos, segundo os resultados da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

A AD venceu as legislativas no distrito de Vila Real com 46.040 votos (39,33%) e  Amílcar Almeida foi eleito deputado da Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Vila Real. O valpacense de 58 anos, cabeça-de-lista da Aliança Democrática, vai representar o distrito na próxima legislatura.

Licenciado em Direito, Amílcar Almeida, presidente social democrata do município de Valpaços contará com mais um deputado da AD, pelo círculo eleitoral de Vila Real, Alberto Machado, presidente da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar, número dois da lista da AD nas legislativas antecipadas de 2024.

Ao Canal Alto Tâmega, Amílcar Almeida mostrou-se satisfeito com os resultados da noite eleitoral. “Comparado com os resultados de há dois anos atrás, conquistamos muitos concelhos temos 11 vitórias de forma significativa. Havia um sentimento de mudança. Fizemos a nossa parte, contribuímos efetivamente para a mudança que era o objetivo da Aliança Democrática e naturalmente chamar a mim e à minha equipa e aqueles que se juntaram a nós, que foram muitos, esta vitória que de facto acaba por ser a segunda melhor do país. Temos de nos sentir orgulhosos do trabalho efetuado”, disse o deputado eleito que não escondeu a vontade de conquistar o terceiro deputado.

“Era nosso objetivo inverter a situação e conquistarmos o terceiro deputado. Só não foi porque o Partido Socialista teve um resultado muito aquém das suas expectativas porque se tivesse um resultado muito mais próximo, naturalmente teríamos eleito três deputados e o PS ficaria com dois”, realçou Amílcar Almeida.

Questionado sobre a alegada confusão dos eleitores no boletim de voto com as siglas da Aliança Democrática (AD) com o partido ADN, o deputado não quis tecer qualquer comentário por ser um assunto nacional mas apontou não ter dúvidas que a AD no distrito estaria com mais votos.

“A Alternativa Democrática Nacional naturalmente confundiu muito eleitores esclarecidos que por descuido ou desleixo levou-os a votar ADN”.

 

CHEGA ELEGE PELA PRIMEIRA VEZ NO DISTRITO DE VILA REAL

 

Manuela Tender foi eleita deputada da Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Vila Real. A valpacense de 53 anos, cabeça-de-lista do Chega, vai representar o distrito na próxima legislatura.

A ex-deputada social-democrata e professora protagonizou a surpresa das eleições legislativas antecipadas neste círculo eleitoral do interior do país, que se manteve como terceira força política mais votada, mas aumentou o número de votos para os 20.032 votos (17,11 %).

Em 2022, o Chega conseguiu 7.569 votos (7,33%) em Vila Real, também com Manuela Tender a liderar a lista.

“Muito feliz e grata aos nossos conterrâneos pela confiança que depositaram em mim e no Chega também. Foi uma votação muito expressiva”, disse Manuela Tender.

A deputada do Chega eleita pelo distrito de Vila Real revelou que os mais de 20 mil votos alcançados no distrito superou as expectativas. “Sentimos uma recetividade que há dois anos não se sentia assim e portanto, já esperávamos um bom resultado de qualquer maneira, superou as minhas expectativas. Contava com 14/ 15 mil votos mas, mais de 20 mil votos foi de facto muito bom e superou aquilo que estava à espera”.

Na Assembleia da República, Manuela Tender adianta que será uma voz ativa pela região. “Procurarei estar sempre atenta àquilo que são as necessidades e as dificuldades do meu território e da população que me elegeu e procurarei encontrar as melhores soluções para esses problemas, quer através da proposta de leis quer através de perguntas e interação junto de elementos do Governo para conseguir resolver aquilo que são os problemas mais urgentes do nosso território, sejam as questões da saúde, do despovoamento e mobilidade”.

 

PS PERDEU TERCEIRO DEPUTADO E CONQUISTOU APENAS TRÊS MUNICÍPIOS DO DISTRITO

 

Com 34.654 votos (29,60 %), o Partido Socialista foi a segunda força política mais votada no distrito de Vila Real tendo perdido o terceiro deputado conquistado em 2022. Fátima Correia Pinto foi reeleita deputada da Assembleia da República pelo círculo eleitoral de Vila Real. A flaviense de 39 anos, cabeça-de-lista do PS vai voltar a representar o distrito na próxima legislatura.

Licenciada em Economia e mestre em Gestão Empresarial, Fátima Pinto contará como deputado socialista Carlos Silva, vereador da Câmara Municipal de Vila Real, número dois da lista do PS.

No distrito de Vila Real, os socialistas conquistaram apenas os municípios de Mesão Frio, Peso da Régua e Santa Marta de Penaguião.

“O resultado está muito abaixo daquilo que eram as nossas expectativas. Tínhamos intenção de manter o nosso terceiro deputado mas é a democracia a funcionar e só temos que aceitar os resultados e refletir sobre eles”, disse ao Canal Alto Tâmega Fátima Pinto que parabenizou o partido vitorioso.

 O distrito conta com mais uma força política, o Chega, com assento na Assembleia da República. “É o espelho daquilo que aconteceu em todo o país e portanto, vamos ver aquilo que nos reserva em termos de funcionamento da Assembleia. Aquilo que temos a certeza é que perdemos a estabilidade política que tínhamos e que isso pode afetar negativamente o crescimento e o desenvolvimento do país, mas é o resultado de uma eleição democrática”, realçou a número um da lista do PS pelo distrito de Vila Real.

“O meu desígnio final é defender a minha região e o melhor para os seus habitantes quer seja no partido do Governo, quer seja na oposição. Estarei sempre atenta a tudo o que são as políticas que dizem respeito ao interior e mais concretamente, ao distrito de Vila Real. Serei sempre uma voz ativa na defesa desta região”, terminou por dizer a socialista Fátima Correia Pinto.

 Neste distrito com 14 concelhos, a AD venceu as legislativas com 46.040 votos (39,33%), em segundo o PS com 34.654 votos (29,60%) e a terceira força política foi o Chega com 20.032 votos (17,11%).

A Alternativa Democrática Nacional (ADN), que não apresentou candidatura no distrito em 2022, obteve, nas eleições de domingo, 10 de março, 2.958 votos (2,53%), tornando-se na quarta força política mais votada.

O Bloco de Esquerda (BE) desceu de quarta para quinta força política no distrito, obtendo 2.865 votos (2,45%), seguindo-se a Iniciativa Liberal com 2.378 votos (2,03%), CDU com 1.599 votos (1,37 %), o Livre com 1.592 votos (1,36 %) e o PAN 1.062 votos (0,91%).

De um total de 208.667 eleitores inscritos neste círculo eleitoral, foram votar 117.056 (56,10%), com a abstenção a baixar para os 43,9%.

Este é um distrito que vota tradicionalmente à direita e, desde as primeiras eleições livres após o 25 de Abril, o PS apenas conseguiu ganhar ao PSD nas maiorias absolutas dos socialistas José Sócrates (2005) e António Costa (2022).

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, vai ouvir a partir desta terça-feira e até dia 20 de março, os partidos e coligações que obtiveram representação parlamentar nas eleições legislativas antecipadas de domingo, começando pelo PAN e terminando na AD.


12/03/2024 Jornalista: Sara Esteves Repórter de imagem: Carlos Daniel Morais

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