Parceria entre IPB e Lusorecursos desagrada à Comunidade Intermunicipal

Perspetiva é dar empregabilidade a 80% dos formandos nos cursos de Prospeção Mineira e Geotécnica e Educação Ambiental no Alto Tâmega, mas o presidente da AquaValor, Fernando Queiroga, garante que “se esses cursos funcionarem vai ter que ser em Bragança e não no Alto Tâmega e Barroso”.

A polémica está instalada e depois do Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e da empresa mineira Lusorecursos, tornaram público que vão avançar com dois cursos com foco na educação ambiental e mineira, mais concretamente com cursos de Prospeção Mineira e Geotécnica e Educação Ambiental no Alto Tâmega, os autarcas da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso fizeram saber, depois de uma reunião entre eles, que não querem esses cursos a funcionar na região nem qualquer ligação com a empresa mineira.

Esta parceria, tal como foi tornada pública pelas parte, tem como objetivo alcançar a empregabilidade de 80% dos formandos e as entidades “visam estabelecer mecanismos de cooperação no âmbito de lecionação de Cursos Técnicos Superiores Profissionais (doravante CTeSPs) nas áreas de Educação Ambiental e de Prospeção Mineral e Geotécnica do Instituto Politécnico de Bragança”.

No âmbito das obrigações previstas num protocolo acordado a 2 de agosto, entre as partes, o IPB fica responsável por colocar em funcionamento na região do Alto Tâmega os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSPs) de Educação Ambiental e de Prospeção Mineira e Geotécnica, “salvaguardada a existência de um mínimo de 20 candidatos por curso”, bem como informar a Lusorecursos “das fases de candidaturas e inscrições nos referidos CTeSPs”.

A Lusorecursos terá também de colaborar na lecionação de unidades curriculares dos referidos CTeSPs, “através dos seus técnicos especializados, em termos a definir mediante adenda ao protocolo”, pode ler-se no documento rubricado por ambas as partes do acordo.

Até aqui tudo parecia dentro da normalidade, mas os autarcas da região do Alto Tâmega, onde segundo o documento, os Cursos Técnicos Superiores Profissionais (CTeSPs), vão funcionar, não foram consultados e Fernando Queiroga, Presidente da AquaValor, Centro de Valorização e Transferência de Tecnologia da Água, com quem o IPB tem parceria, não gostou do que diz “saber apenas pelos jornais” e depois de ter reunido com todos os elementos da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso, disse à Sinal TV que “o IPB pode fazer e celebrar parcerias com quem bem entenderem, mas vão ter que lecionar esses cursos em Bragança. Aqui, na nossa região, garanto que não vão funcionar, não queremos qualquer ligação a essa ou outras empresas mineiras. Nesta região é com a AquaValor e com os municípios da Comunidade Intermunicipal, que o IPB tem parceria, mas nada com o lecionar desses cursos e depois de reunir com todos os autarcas que constituem esta Comunidade Intermunicipal, onde também eles se mostraram perplexos, posso garantir que nesta região os Cursos Técnicos Superiores Profissionais de Educação Ambiental e de Prospeção Mineira e Geotécnica, não vão funcionar e o IPB se os quer vai ter que os levar para Bragança”, concluiu Fernando Queiroga, presidente do AquaValor e membro da Comunidade Intermunicipal do Alto Tâmega e Barroso, como autarca de Boticas.

 


26/08/2023 Jornalista: Paulo Silva Reis Repórter de imagem: Carlos Daniel Morais

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