Boticas vai acolher exposição sobre espécies aquáticas exóticas invasoras

A mostra estará patente num primeiro momento, a partir do dia 18 de janeiro, no átrio da Câmara de Boticas. A exposição da empresa Iberdrola faz parte do projeto ibérico LIFE INVASAQUA e tem como propósito a sensibilização ambiental.

A exposição sobre espécies aquáticas exóticas invasoras chega agora a Boticas. “Cuidado! Invasoras Aquáticas”, é um projeto da LIFE INVASAQUA, em parceria com a Iberdrola, com inauguração marcada para o dia 24 de janeiro, pelas 16h00, no átrio da Câmara Municipal e entrada gratuita. Posteriormente, a exposição percorrerá os Municípios envolventes ao Sistema Eletroprodutor do Tâmega.

As espécies exóticas invasoras são organismos introduzidos acidental ou intencionalmente num ambiente que não é o seu e que, após um certo período de tempo, proliferam-se abundantemente. Estas espécies são a segunda causa de perda de biodiversidade no mundo, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Já existem espécies aquáticas invasoras nos rios de Portugal, mas com as novas albufeiras, que criam novos usos humanos nos planos de água, há que ter o cuidado necessário para que não apareçam novas espécies.

Segundo a Iberdrola, a medida mais eficaz para controlar e impedir a propagação de espécies exóticas no meio aquático é a sensibilização, dado que “cuidar das albufeiras e dos rios frente a propagação de exóticas é responsabilidade de todos os possíveis utilizadores dos planos de água, já que o vetor mais importante no surgimento e propagação de espécies exóticas é o homem e as suas atividades nas massas de água”.

Neste sentido, como parte de um importante plano de controlo e monitorização das albufeiras, a Iberdrola está a levar a cabo ações de sensibilização do público para os riscos de proliferação de espécies aquícolas exóticas com características invasoras para a bacia do Tâmega, afetada pelos Aproveitamentos Hidroelétricos do Alto Tâmega, Daivões e Gouvães, de acordo com as indicações da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e do Instituto da Conservação da Natureza e das Floretas (ICNF) e conforme definido na Declaração de Impacto Ambiental (DIA) dos Aproveitamentos.

É dentro deste Plano de Ação Local que surge a exposição itinerante “Cuidado! Invasoras Aquáticas” que tem como principal objetivo promover a divulgação de informação sobre as Espécies Exóticas Invasoras (EEI) aquáticas na Península Ibérica.
Esta exposição, que já passou por outras cidades portuguesas, é composta por mais de 50 painéis que mostram espécies aquáticas invasoras da Península Ibérica, o seu grau de ameaça à fauna e flora autóctones, bem como as consequências e o impacto ambiental, socioeconómico e sanitário que estas espécies causam. O conteúdo é apresentado em três línguas, numa linguagem acessível, com infografias e fotografias em grande escala, estimulando o visitante a identificar as espécies e sensibilizando-o com as medidas para evitar a disseminação das mesmas.

Por outro lado, a mostra oferece ainda uma perspetiva prática, pois apresenta aos visitantes as principais boas práticas durante situações cotidianas, como recreação (identificação de espécies no meio ambiente), jardinagem (seleção de plantas ornamentais autóctones), pesca (desinfeção de material) e considerações a avaliar ao adquirir um animal de estimação, sempre com o objetivo de minimizar a proliferação de espécies exóticas invasoras.

De referir que o LIFE INVASAQUA conta em Portugal com a participação do MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente, da Universidade de Évora, da ASPEA – Associação Portuguesa de Educação Ambiental e a SIBIC – Sociedade Ibérica de Ictiologia, que apoiaram o Museu Nacional de Ciências Naturais de Madrid no desenvolvimento desta exposição.
Este projeto ibérico visa contribuir para reduzir os impactos nocivos das Espécies Exóticas Invasoras (IEE) na biodiversidade, aumentando a sensibilização do público, aumentando a formação nos setores envolvidos e criando ferramentas para um sistema eficaz de alerta rápido e resposta rápida, para gerir os seus impactos nos ecossistemas e estuários de água doce.
Foto: DR


20/01/2023

Sociedade