Falta de médico condicionou urgência de Chaves em plena época de Santos
Sociedade
Contrariamente ao que consta na Lei, que uma Urgência Médico-cirúrgica tem que ter dois clínicos gerais em permanência, no serviço de Urgência da Unidade Hospitalar de Chaves, nem sempre os dois clínicos estão escalados.
Esta segunda-feira, dia 31 de outubro, a decorrer a maior Feira de Rua do Norte do País, a Feira dos Santos de Chaves, com a população a quadruplicar, na urgência de Chaves viveram-se momentos de caos com um único clínico escalado para o serviço.
Ao que apuramos no local, estavam pessoas que deram entrada no hospital e foram triados com uma prioridade amarelo às 10h e depois das 15h ainda não tinham sido chamadas.
Segundo informações recolhidas, o clínico que esteve de serviço durante a noite de domingo para segunda-feira, 30 para 31, continuava de serviço durante a manhã, mas como o fluxo ao serviço de urgências foi grande e estava sem descansar, não aguentou e ausentou-se, deixando o serviço sem um único médico de Clínica Geral e as pessoas amontoarem-se, indignadas, na sala de espera.
A urgência, que funciona habitualmente com dois clínicos gerais, está a funcionar condicionada e ‘’nem o facto de estar a decorrer a Feira dos Santos foi tido em conta e está a trabalhar um médico que já esteve durante toda a noite pois eu tive que aqui vir de madrugada e já era ele que aqui estava com a sala cheia também. O Centro Hospitalar tem descorado esta unidade e esta não é a primeira vez que a urgência funciona apenas com um clínico geral, quando na realidade são obrigados a estar aqui dois. É por isso e com toda a razão, que as pessoas ficam indignadas com o tratamento que temos”, disse uma das utentes que esperava com a filha (triada com amarelo) há mais de quatro horas para ser atendida.
O caso da urgência do hospital de Chaves tem contornos bem mais graves e um funcionário do hospital, que pediu anonimato, garantiu que ‘’já tivemos turnos sem um único médico escalado para as 24 horas’’.
Depois da confusão instaurada e para o turno da tarde, apareceram no hospital mais dois clínicos, que se juntaram ao que permanecia desde o dia anterior, para atender as mais de 50 pessoas que esperavam na sala.
A Alto Tâmega TV questionou a administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e alto Douro, sobre o que ocorreu durante a Feira dos Santos no serviço de Urgência da unidade hospitalar de Chaves e como resposta o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD) informa que “durante o período referido (noite de 30 e manhã de 31), houve um problema técnico no sistema informático SClínico, que, em simultâneo com um maior fluxo de doentes, resultou num acréscimo dos tempos de espera no atendimento na Urgência médico-cirúrgica, da Unidade Hospitalar de Chaves. O Conselho de Administração esclarece que o problema está ultrapassado e garante que a qualidade da prestação de cuidados de saúde esteve sempre assegurada pela equipa, composta por várias especialidades”, lê-se na nota enviada à redação pela administração do Centro Hospitalar, sem que no entanto se refiram ao facto de estar apenas um Clínico geral de serviço.
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