Feira do Porco de Boticas colocou à venda o primeiro fumeiro do ano
O Pavilhão Multiusos de Boticas recebeu durante quatro dias a 27ª edição da Feira Gastronómica do Porco. O certame contou a presença do ministro da Agricultura e Pescas, José Manuel Fernandes.
Boticas abriu a época das feiras
de fumeiro com a realização da 27ª Feira Gastronómica do Porco, certame
dedicado à comercialização de fumeiro, que decorreu durante quatro dias em
Boticas. O evento contou com cerca de meia centena de expositores que colocaram
à venda o primeiro fumeiro de 2025. “Assumimos com naturalidade essa
responsabilidade e ficamos satisfeitos em abrir o ciclo de feiras de fumeiro.
Temos que ter exigência na qualidade do produto que é para que estas famílias
não deixem de ter este rendimento e os concelhos não deixem de ter esta
atratividade destes produtos endógenos de altíssima qualidade”, apontou o
presidente da Câmara Municipal de Boticas.
Fernando Queiroga contou com a
presença na sessão de abertura do evento do ministro da Agricultura e Pescas,
José Manuel Fernandes que elogiou o certame. “É um local de venda, há
economia, atrai cerca de 70 mil pessoas, traz gente de outros territórios,
reforça a atratividade, incentiva o cultivo, a transmissão do saber, é um
espaço de saberes e de sabores. Conseguimos com estas montras valorizar,
acrescentar valor e o mérito é das câmaras”, referiu.
Com estes eventos, na sua
opinião, também se defendem as raízes, as tradições, gera-se emprego e, em
simultâneo, aposta-se na investigação e criam-se novos produtos.
A 27ª edição da Feira
Gastronómica do Porco de Boticas arrancou na quinta feira, 09 de janeiro, e
terminou no domingo. Este ano marcaram presença cerca de meia centena de stands
e foi gerado um volume de negócios superior a meio milhão de euros e comercializadas
mais de 40 toneladas de fumeiro.
MINISTRO DA AGRICULTURA
ANUNCIA 30 ME PARA A PASTORÍCIA
O ministro da Agricultura
anunciou na quinta feira, 09 de janeiro, um programa de 30 milhões anual
destinado à pastorícia e que visa apoiar os produtores, contribuir para a
redução do material combustível na floresta e para a prevenção de incêndios.
“Num território como este são
essenciais os apoios para a pastorícia extensiva com o objetivo de ajudarmos o
produtor, mas também de retirarmos o material combustível da floresta e também
os baldios onde as pessoas tiveram e viram os seus rendimentos muito afetados.
Vamos ter 30 milhões de euros para apoiarmos em termos nacionais o objetivo de
reduzir o material combustível e de apoiar os produtores que usufruem e estão
nos baldios, sendo majorados aqueles que têm raças autóctones, que é o caso
deste território e aqueles que são jovens”, afirmou José Manuel Fernandes, no
final da visita aos stands da Feira Gastronómica do Porco.
O governante revelou que os 30
milhões de euros já foram aprovados e provêm do Fundo Ambiental, mas admite que
quer ouvir a opinião das confederações.
José Manuel Fernandes lembrou que
a Comissão Europeia, em 2023, “retirou muita área elegível nos baldios e
houve um grande decréscimo no rendimento dos produtores” e que este programa
tem como “grande objetivo” para além da renovação geracional, o aumento do
rendimento dos agricultores. “É inaceitável que um agricultor ganhe cerca de
40% das outras profissões e só desta forma é que conseguimos diminuir o défice
agroalimentar que tem aumentado enormemente nos últimos anos”, salientou o
ministro.
Questionado sobre a exploração de
lítio prevista para o concelho, José Manuel Fernandes disse que a ministra do
Ambiente está a acompanhar este assunto.
“As questões que são dos
ministérios dos meus colegas, ainda que eu também as acompanhe, eu não vou
pronunciar-me sobre elas e a única coisa que eu posso dizer é que a senhora
ministra do Ambiente herdou um dossier que está a acompanhar, a monitorizar, obviamente
em colaboração com todas as entidades que possam estar envolvidas”,
referiu.
Considerou ainda que tem que “haver
compatibilização entre os vários interesses”.
VERBAS DO IVV E IVDP JÁ FORAM
DESCATIVADAS
O ministro da Agricultura disse
que já descativou as verbas do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) e do
Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) que são destinadas à promoção,
assim que fosse aprovado o Orçamento do Estado.
“Ora, mal entrou em vigor eu
fiz o despacho e, portanto, já demos conhecimento às Finanças”, afirmou o
governante. José Manuel Fernandes considera “que é inaceitável que se fique
com dinheiro dos promotores para o Orçamento de Estado e para outros fins que
não aqueles para os quais eles pagam as suas taxas”.
O governante explicou que estas
verbas, que se prevê que possam rondar os 1,3 milhões de euros referentes a
cada instituto, são destinadas à promoção, mas também a estudos ou ações e
referiu que o IVV e o IVDP “devem ter planos de promoção onde já sabem que este
ano vão ter acesso aqueles recursos porque esse dinheiro não vai ser retido”.
“São previsões aquilo que eu
estou a referir, mas se for 1,3 milhões já viu quanto é que, nos últimos anos,
se cativou? Em 10 anos são logo 13 milhões, é inaceitável”, sublinhou.
José Manuel Fernandes reforçou
que “aquilo que é dos produtores deve estar nos promotores e não deve ser
desviado para outros sítios”.
“Quando é preciso promoção,
não é justo nem é inteligente andar a cativar verbas como foram cativadas nos
últimos anos todos e nunca ninguém reclamou, pelos vistos”, frisou.
Sara Esteves
Fotos: Carlos Daniel Morais
14/01/2025
Sociedade