Povo manifesta-se contra "invasão" de terrenos autorizada pelo Governo

Opositores à mina de lítio estão contra a servidão administrativa emitida pelo Governo que permite que a Savannah aceda a terrenos privados e baldios para a prospeção de lítio.

Um grupo de opositores à mina de lítio em Boticas manifestou-se no sábado, dia 18 de janeiro, em Covas do Barroso, contra a servidão administrativa que permite que a empresa Savannah aceda a terrenos privados e baldios para a prospeção de lítio.

O protesto foi organizado pela associação Unidos em Defesa de Covas do Barroso (UDCB) que diz não reconhecer legitimidade à servidão emitida. Nesta aldeia do concelho de Boticas juntaram-se residentes e habitantes de zonas limítrofes e concelhos vizinhos e outros vindos de diferentes pontos do país.

Os manifestantes concentraram-se no largo do Pelourinho de Covas do Barroso, tendo seguido depois a pé, de carro e em trator para a zona onde decorrem as prospeções mineiras, perto de Romaínho.

O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, esteve junto da população nesta manifestação, repetindo que a servidão administrativa "não deveria ter sido concedida da forma como foi".

Em outubro, a Savannah Resources recorreu à figura de servidão administrativa temporária para acesso aos terrenos privados e baldios de Covas do Barroso, tendo sido concedido, conforme despacho publicado em Diário da República a 6 de dezembro, pelo Gabinete da Secretária de Estado da Energia. A secretária de Estado da Energia, Maria João Pereira, autorizou a constituição de servidão administrativa, pelo prazo de um ano.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) viabilizou ambientalmente a exploração de lítio na mina do Barroso emitindo uma Declaração de Impacte Ambiental (DIA) favorável em maio de 2023, integrando um conjunto alargado de condicionantes.

A empresa já disse que prevê iniciar a produção em 2027.

 

Sara Esteves

Fotos: UDCB


20/01/2025

Sociedade